quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Parabéns, Carolina! 9 anos!

Parabéns, Carolina! 9 anos!

Foi a primeira vez que não programamos a festa, com antecedência, nos mínimos detalhes, curtindo cada decisão. Que não saímos para comprar, sempre nos divertindo, a roupa e o sapato que vc usaria no dia. Que não pedi aquelas maravilhosas balas de coco de Leopoldina. Que não encomendei seu bolo no tema escolhido. Que não cantei parabéns pra vc, ao vivo e a cores, abraçando-a e beijando-a muito, em seguida. 

Só pude parabenizá-la por telefone, mas já valeu quando eu lhe disse: se Deus quiser, no ano que vem, sem pandemia, estaremos juntas e vc respondeu, imediatamente: com certeza, vovó! 

E ontem mesmo, travamos um breve mas significativo diálogo. Falei: estou jogando na loto, e se eu ganhar, a primeira coisa que farei será comprar um apartamento para vcs voltarem a morar aqui pertinho, quer? E vc: quero não! Quero um no seu prédio, para eu poder ir a qualquer hora, toda hora, sozinha, para sua casa. (O famoso “Não tem preço!”)

 Até lá não sou mais Ana Guimarães, Anuxa para os íntimos. Saudade é meu nome, sobrenome e apelido. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

POESIA É CICATRIZ

POESIA É CICATRIZ

 

A música cessou 

(com ela, a cor e o perfume)

não aquela alta, que entorpece ou irrita

a suave, quase inaudível 

mas não para os surdos

e sim para os insensíveis

o silêncio, a paz e a ordem 

agora reinam

cheiram 

a imobilidade

onde está a vida?

o que fazer, perdida

na cinza planície da saudade?

Aceitar o cinzel da História 

é preciso

até que algum clarão 

ilumine a escuridão presente

desenrole o fio do novelo

invente o grão de uma nova ideia


Ana Guimarães 

domingo, 8 de novembro de 2020

DIA DE FINADOS

DIA DE FINADOS

Minha reverência a todos os entes queridos que partiram. Avós (quem teve a sorte de conhecê-los e com eles conviver). Pais (mortos ou mortos-vivos do Alzheimer ou qualquer enfermidade degenerativa). Irmãos (inclusive os que perdemos em acidentes, para as drogas, a doença mental, o fanatismo religioso ou ideológico). Filhos (os que não chegaram a nascer ou viveram por pouco tempo, ou ainda aqueles que simplesmente um dia resolveram ir embora em busca de aventura, estudo ou trabalho, não importa, continuaremos a a nos importar com eles, a sentir sua falta). E netos, aqueles que, ainda não tendo autonomia sobre suas vidas, são levados por seus responsáveis para viver em outra cidade, estado, país, deixando nossos corações partidos para sempre.

Ana Guimarães