Quando o dia
parecia um deserto
e à noite
desperto
esperando
em caravana seguia
você chegou
trazendo folia
música
fantasia
lançando perfume
às minhas cinzas
que rubras ficavam
e renasciam
O carnaval acabou
seu bloco passou, se foi
deixei de brincar
e me pus a dormir
para não mais sonhar
Ana Guimarães
quarta-feira, 9 de março de 2011
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Hum...
ResponderExcluirEntão...leiamos:
''para não mais sonhar/Quando o dia
parecia um deserto''
Esse eu lírico...falseia. Senão vejamos:
''e à noite
desperto
esperando''
às minhas cinzas
que rubras ficavam
e renasciam".
A presença do verbo "renascer" é evidência de que outro Carnaval virá para quem espera. Esse poeta engana.
E aqui outra descoberta. Tire a coberta de quem dorme. E que ele sonhe, olha só:
''e me pus a dormir
para não mais sonhar''
QUEM DORME SONHA, PORTANTO, o eu lírico brinca com você, leitor. Poeta fingidor, não?
Era carnaval, pois então.
Quando não dá mais pra sonhar acordado, o melhor é dormir. E sonhar.
ResponderExcluirObrigada, Rose, por pular no meu bloco de 4ª feira de cinzas!
Beijos
PS Espero que o Yuri (tá certo?) esteja te deixando dormir, senão você não pode sonhar.
Bacana, Ana...:)
ResponderExcluirEu, por exemplo, sonho muito mais acordada do que dormindo... rsrs... ;)
Beeeijos!!!
Uma delicia de poema.
ResponderExcluirObrigado.
Luiz Ramos
"...lançando perfume às minhas cinzas..."
ResponderExcluirQue novas sementes de sonhos e cores sempre nos tragam perfumes e poesia!
Abraços alados azuis.
Ana, querida,
ResponderExcluirEntre sonhar e pular, dormimos ou não?
Como sempre você me faz refletir...
Beijos, carinho
Madá
Obrigada, meus amigos. Sonhar é preciso. Dormindo ou acordado.
ResponderExcluirbeijos
Carvão é assim mesmo: enquanto queima fica vermelho. Queimado, deixa o marcado traço negro.
ResponderExcluirNítido ou embaçado. Vermelho e negro. O tempero é a cinza.
Perfeito. O cinza é o luto. O tempo de que se necessita para novo vermelho. Um ciclo que se repete. Ad infinitum.
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