FORÇA DE VONTADE
Força
se faz
para não se entregar
logo
(como o coração)
um seio
à mão
para que o aperte
muito
pouco
importa
que queira
ou não
apertá-lo
para sempre
Nesse limite
invisível
palpável
entre a intenção
e a contenção
da vontade
(pura hesitação)
vive-se
SEIS
Daria as vidas
que lhe restam
por minutos
em seus braços
Cinderela
sem queixume
à meia-noite
de volta pro borralho
Mulher-gato
retornaria, todo dia,
só pra lamber sua boca
de Batman
Cravaria o gatázio
em sua carne:
quem sabe alcançaria
um coração, no peito?
Pois quem gateia é ele
foge
negaceia
brinca de gato e rato
Diante disso
ela se contenta
em gatafunhar
seus escritos
VOCÊ E EU
não passamos
de fios
encaracolados
aos demais
não tecemos
mantas
agasalhos
sapatinhos
nem somos varais
estendidos
secando roupa
só nos enroscamos
e formamos
nós
quando muito juntos
como finos cordões
de ouro
Ana Guimarães
Já publicados aqui: http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=1842
sábado, 30 de julho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bons.
ResponderExcluirNada como boas poesias de amor, para acalentar o coração diante dos dias difíceis que ele tem passado.
ResponderExcluirQuando mais raros, mais indispensáveis. Há que haver força de vontade para desembaraçar os finos cordões de ouro enroscados. Beijos e felicidades.
Rose e Djabal, queridos amigos: obrigada! Amar é preciso, viver não é preciso!
ResponderExcluir