sábado, 9 de maio de 2015

A MINHA MÃE E A DA ADÉLIA

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. (Adélia Prado)

Minha mãe achava sentimento a coisa mais fina do mundo.
Não é. A coisa mais fina do mundo talvez seja o estudo do sentimento.
Foi o que fiz, formalmente. É o que faço, no dia a dia.
Ficar entregue ao sentimento é ser barco à deriva.
Às vezes ele ilude, engana, até cega.
Sentimento sem razão, sem freio, sem respiração é nada.
Palavras - reflexões - urgem.
Elas orientam o sentimento, transformam-no, mudam sinais.
In-formam (gravam formas) na matéria bruta.
Ordenam o que antes era o caos.
Quem fala/escreve luta, não se entrega.
E um discurso/texto é sempre inacabado: 
Precisa de um receptor para ter significado.

Ana Guimarães

 Foto: Museu Freud, Viena, em 2009.

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