Eu a amo tanto que
às vezes, me espanto
fico muda, de respeito
como a verdade
ela jamais se desnuda
toda
com agulhas de dor
e fios de ausência
teço seu enxoval
embora não seja parteira (e sim curiosa)
cuido que renasça
sempre
parto a palavra e embarco
sem medo de que alguém (ela ou eu)
seja náufrago, vá à pique
porque partida, ela é mais inteira
escrita, mais próxima da falha do que falada
vazia, plena de possíveis sentidos
solta, prende e apreende melhor
a coisa
nessa alquimia verbal
não procuro nem acho, transmuto
abro caminhos
e invento meu ponto de estofo
gozo inter-dito
Ana Guimarães
Renascendo do inter-dito; internas falas, FALAS do que falamos, do falo que é a comunicação intra o externa dita.
ResponderExcluirNa vida das falas ecritas/
fitas, que circulam as "vistas",
ou ouvidas que se complementam e seguem
semeando nos canteiros.
Bela poesia
Beijos e boa semana.
Estás produtiva. Parabéns pela sempre disponibilidade de trocar
Homenagear a palavra, traidora, próxima, distante, gaveta, ônibus, mas sempre fascinante. Ela enfeitiça que a utiliza, e exige sempre mais de quem a ama. Infinita palavra, infinito eu, infinitas ligações. Parabéns pela poesia dita, escrita e lavrada. Beijos.
ResponderExcluirToda boa! E com essa frase fico:
ResponderExcluir"não procuro nem acho, transmuto
abro caminhos"
Obrigada!
Besitossss
Olá Ana!! Obrigada por esse seu amor à língua. Somos nós os premiados, pois podemos desfrutar de suas maravilhosas obras .
ResponderExcluirFico com a Quel... que fica com: "não procuro nem acho, transmuto abro caminhos". D+ !!!!
Um beijo
Obrigada, amigos!
ResponderExcluirBeijos
Meus D'us que lindo o teu poema!
ResponderExcluirObrigada pela tua contribuição no comentário, lembrando Woody Allen , inseri no post,o deixou mais rico.
beijo e boa semana.
Olá,
ResponderExcluirGostaria de convidá-la praqui:
www.semtidogozado.blogspot.com
Parabéns pelo site e por outras coisas...
Obrigada, Silvia! Beijo.
ResponderExcluirMarie e Bia: muito obrigada. E sejam bem-vindas ao meu blog. Beijos
Olá Ana, palavras, muitas vezes tão preciosas e precisas; outras,tão desnecessárias.Em seu poema,belas são as palavras!
ResponderExcluirAbraço,
Angélica
encantadíssima, ana! há tempos não me animava assim... adorei seu texto sobre praga.
ResponderExcluirAngélica e Luci: muito obrigada e desculpe só hoje estar agradecendo!
ResponderExcluirAbraços