A
MINHA MÃE E A DA ADÉLIA
Minha mãe achava
estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o
sentimento. (Adélia Prado)
Minha mãe
achava sentimento a coisa mais fina do mundo.
Não é. A
coisa mais fina do mundo talvez seja o estudo do sentimento.
Foi o que
fiz, formalmente. É o que faço, no dia a dia.
Ficar
entregue ao sentimento é ser barco à deriva.
Às vezes
ele ilude, engana, até cega.
Sentimento
sem razão, sem freio, sem respiração é nada.
Palavras -
reflexões - urgem.
Elas
orientam o sentimento, transformam-no, mudam sinais.
In-formam
(gravam formas) na matéria bruta.
Ordenam o
que antes era o caos.
Quem
fala/escreve luta, não se entrega.
E um discurso/texto é sempre
inacabado:
Precisa de um receptor para ter significado.
Ana
Guimarães
Foto: Museu Freud, Viena, em 2009.
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